domingo, 15 de agosto de 2010

``ATLANTIDA´´ Mito ou Realidade

Atlântida ou Atlantis (em grego, Ἀτλαντίς - filha de Atlas) é uma lendária ilha cuja primeira menção conhecida remonta a Platão e suas obras.

Nos contos de Platão, Atlântida era uma potência naval localizada na frente das Colunas de Hércules, que conquistou muitas partes da Europa Ocidental e África 9.000 anos antes da era de Solon ou seja, aproximadamente 9600 a.C.. Após uma tentativa fracassada de invadir Atenas, Atlântida afundou no oceano em um único dia e uma noite.

Estudiosos disputam se e como a história ou conto de Platão foi inspirada por antigas tradições. Alguns pesquisadores argumentam que Platão criou a história mediante memórias de eventos antigos como a erupção de Thera ou a guerra de Tróia, enquanto outros insistem que ele teve inspiração em acontecimentos contemporâneos como a destruição de Helique em 373 a.C. ou a fracassada invasão ateniense da Sicília em 415–413 a.C..

A possível existência de Atlântida foi discutida ativamente por toda a antiguidade clássica, mas é normalmente rejeitada e ocasionalmente parodiada por autores atuais. Como Alan Cameron afirma: é só nos tempos modernos que as pessoas começaram a levar a sério a história de Atlântida, ninguém o fez na Antiguidade. Embora pouco conhecida durante a Idade Média a história da Atlântida foi redescoberta pelos Humanistas no período da Idade Moderna. A descrição de Platão inspirou trabalhos utópicos de vários escritores como Francis Bacon em ``Nova Atlântida´´. Atlântida ainda inspira a literatura, a ficção científica e até filmes, seu nome tornou-se uma referência para toda e qualquer suposição sobre avançadas civilizações pré-históricas perdidas.

A menção conhecida mais antiga é a feita pelo filósofo grego Platão (428-347 a.C.) em dois dos seus diálogos (Timeu e Crítias) Platão conta que Sólon no curso das suas viagens pelo Egito questiona um sacerdote que vivia em Sais, no delta do Nilo e que este lhe fala de umas tradições ancestrais relacionadas com uma guerra perdida nos anais dos tempos entre os atenienses e o povo atlante. Segundo o sacerdote o povo de Atlantis viveria numa ilha localizada  além dos pilares de Hércules, onde o Mediterrâneo terminava e o Oceano começava.

Quando os deuses helênicos partilhavam a terra, conta o sacerdote, a cidade de Atenas pertencia à deusa Atena e Hefesto, e que Atlântida tornou-se parte do reino de Poseidon deus dos mares.

Em Atlântida, nas montanhas ao centro da ilha vivia uma jovem órfã de nome Clito. Conta a lenda que Poseidon teria se apaixonado por ela e de maneira a poder coabitar com o objeto da sua paixão, teria erguido uma barreira constituída por uma série de muralhas de água e fossos aquíferos em volta da morada da sua amada. Desta maneira viveram por muitos anos e desta relação nasceram cinco pares de gêmeos. Ao mais velho o deus dos mares batizou de Atlas. Após dividir a ilha em dez áreas circulares o deus dos mares concedeu supremacia a Atlas dedicando-lhe a montanha de onde Atlas espalhava o seu poder sobre o resto da ilha.

Em cada um dos distritos (anéis terrestres ou cinturões) reinavam as monarquias de cada um dos descendentes dos filhos de Clito e Poseidon. Reuniam-se uma vez por ano no centro da ilha onde o palácio central e o templo a Poseidon com os seus muros cobertos de ouro brilhavam ao sol. A reunião marcava o início de um festival cerimonioso em que cada um dos monarcas dispunha-se à caça de um touro. Uma vez o touro caçado beberiam do seu sangue e comeriam da sua carne, enquanto sinceras críticas e cumprimentos eram trocados à luz do luar.

Atlântida seria uma ilha de extrema riqueza vegetal e mineral, não só era a ilha magnificamente prolífica em depósitos de ouro, prata, cobre, ferro, etc., como ainda de oricalco, um metal que brilhava como fogo.

Os reis de Atlântida construíram inúmeras pontes canais e passagens fortificadas entre os seus cinturões de terra, cada um protegido com muros revestidos de bronze no exterior e estanho pelo interior. Entre estes brilhavam edifícios construídos de pedras brancas, pretas e vermelhas.

Segundo Platão, Atlantida foi destruída por um desastre natural (possivelmente um terremoto ou maremoto) cerca de 9000 anos antes da sua era. Crê-se ainda que os atlantes teriam sido vítimas das suas ambições de conquistar o mundo acabando por ser dizimados pelos atenienses.

Outra tradição completamente diferente chega-nos por``Diodoro da Sicília´´em que os atlantes seriam vizinhos dos líbios e que teriam sido atacados e destruídos pelas amazonas.

Segundo outra lenda, o povo que habitava a Atlântida era muito mais evoluído que os outros povos da época e ao prever a destruição iminente teria emigrado para a África, sendo os antigos egípcios descendentes dos atlantes.

Na cultura pop do séc. XX muitas histórias em quadrinhos, filmes e desenhos animados retratam Atlântida como uma cidade submersa povoada por sereias ou outros tipos de seres subaquáticos.

                                     ``Teorias e hipóteses sobre sua existência´´
O tema Atlântida tem dado origem a diferentes interpretações das cépticas as mais fantasiosas. Segundo alguns autores mais céticos tratar-se-ia de uma metáfora referente a uma catástrofe global (identificada ou não com o Dilúvio) que teria sido assimilada pelas tradições orais de diversos povos e configurada segundo suas particularidades culturais próprias. Consideram também que a narrativa se insere numa dada mitologia que pretendia explicar as transformações geográficas e geológicas devidas às transgressões marinhas.

De acordo com Platão no livro``Atlântida´´esta cidade estaria além das colunas de Hércules (estreito de Gibraltar) próxima a uma região conhecida como Quadrilátero de Canais. Este Quadrilátero foi assim descrito por ``Crítias´´
Havia montanhas numerosas próximas a planície da cidade, ricas em habitantes, rios, lagos, florestas em tão grandes números e essências, tão variadas que davam abundância de materiais próprios para todos os trabalhos possíveis. Pela ação de muitos reis  construiu-se um Quadrilátero de lados quase retilíneos e alongados onde os lados se afastavam em linha reta, cavando-se o fosso contínuo que rodeava a planície. Quanto a profundidade, a largura e desenvolvimento desse canal é difícil de crer que a obra tenha saído das mãos humanas. O fosso recebia os cursos d'água que desciam das montanhas e faziam a volta em torno da cidade que por fim desaguavam no mar. Para carregar a madeira das montanhas, para levar de barco outros produtos de estação, cavavam-se a partir de canais derivações navegáveis, de direção oblíqua uma em relação às outras e em relação à cidade.

Nota-se pelo depoimento que a cidade ficava próxima a uma estrutura de canais cujo o próprio Crítias considerava (é difícil de crer que a obra tenha saído das mãos humanas). Além disso pelas informações e descrições a cidade teria um formato circular e seria gigantesca.

                                 ``Hipóteses sobre a sua localização geografica´´
Há diversas teorias sobre onde se situaria Atlântida, uma delas sugere que Atlântida seria uma ilha sobre a Dorsal Oceânica que  no caso de não ser hoje parte dos Açores, Madeira, Canárias ou Cabo Verde, teria sido destruída por movimentos bruscos da crosta terrestre naquele local. Essa teoria baseia-se em supostas coincidências, como a construção de templos em forma de pirâmide na América semelhantes às pirâmides do Egito, fato que poderia ser explicado com a existência de um povo no meio do oceano que separa estas civilizações, suficientemente avançado tecnologicamente para navegar da África a América para dividir seus conhecimentos. Esta posição geográfica explicaria a ausência de vestígios arqueológicos sobre este povo.

Alguns estudiosos dos escritos de Platão  acreditam que o continente de Atlântida seria na realidade a própria América, e seu povo culturalmente avançado e coberto de riquezas seria o povo Chavín da Cordilheira dos Andes, ou os olmecas da América Central, cujo uso de ouro e pedras preciosas é confirmado pelos registros arqueológicos. Terremotos  comuns nestas regiões poderiam ter dado fim a estas culturas ou pelo menos poderiam tê-las abalado de forma violenta por um período de tempo. Através de diversos estudos alguns estudiosos chegaram a conclusão que Tiwanaku localizada no altiplano boliviano seria a antiga Atlântida. Essa civilização teria existido de 17.000 a.C. a 12.000 a.C. em uma época que a região era navegável. Foram encontrados portos de embarcações em Tiwanaku.

Para alguns arqueólogos e historiadores, Atlântida poderia ser uma mitificação da cultura minóica que floresceu na ilha de Creta até o final do século XVI a.C. Os ancestrais dos gregos os micênicos tiveram contato com essa civilização culturalmente e tecnologicamente muito avançada no início de seu desenvolvimento na Península Balcânica. Com os minóicos os micênicos aprenderam arquitetura, navegação e o cultivo de oliveiras, elementos vitais da cultura helênica posterior. No entanto dois fortes terremotos e maremotos no mar Egeu destruiram as cidades e os portos minóicos, e a civilização de Creta rapidamente desapareceu. É possível que as histórias sobre este povo tenham ganhado proporções míticas ao longo dos séculos culminando com o conto de Platão.

Uma formulação moderna da história da Atlântida e dos atlantes foi feita por Helena Petrovna Blavatsky, fundadora da Teosofia. Em seu principal livro, A Doutrina Secreta, ela descreve em detalhes a raça atlante seu continente, sua cultura, ciência e religião. Existem alguns cientistas que remetem a localização da Atlântida a um local sob a superfície da Antártica.

A localização mais recente foi sugerida pela imagem obtida com o Google Earth por um engenheiro aeronáutico e publicada no tablóide The Sun, mostrando contornos que poderão indicar a construção de edifícios numa vasta extensão com dimensões comparáveis ao País de Gales e situado no Oceano Atlântico, numa área conhecida como o abismo plano da Ilha da Madeira. Apesar das suposições do engenheiro, a região se assemelha muito as considerações de Crítias sobre o Quadrilátero por sua grandeza e suas ramificações. Há também a frente dessa gigantesca estrutura uma pequena geometria circular que é dividida em quatro seções pelas ramificações que se cruzam, conforme as menções sobre os canais que envolviam a cidade referidos no livro de Platão.

E por fim uma das mais polêmicas teorias sobre a Atlântida foi proposta recentemente pelo pesquisador e Prof. Ezra Floid.

Partindo do desenho de cidade circular descrito por Platão Floid propõe que Atlântida se tratava de uma gigantesca nave espacial,  um imenso OVNI descrito por muitas culturas como``A Ilha Voadora´´(citada em Viagens de Gulliver), relacionada com a Jerusalém Celestial descrita na Bíblia, a Purana Hindu que desce do Céu, o Disco Solar dos Astecas, Maias, Incas e Egípcios. Sendo Atlântida uma nave em missão colonizadora, isso explicaria ela ter estado em muitos pontos da Terra, este teria sido o motivo pelo qual sua presença ora é imaginada no Mediterrâneo, ora na Indonésia, ora no Atlântico, nos Polos e nos Andes. Atlântida seria a mesma nave descrita na epopeia dos Sumérios, segundo esta teoria do professor Ezra Floid, Atlântida não teria submergido catastroficamente e sim intencionalmente.

Imagem de satélite das ilhas de Santorini, um dos muitos locais cogitados como a antiga localização de Atlântida.

sábado, 14 de agosto de 2010

``Teorias da origem da Vida´´

                                               Existe vida no planeta Terra!!!
Das duas, uma; Ou a vida se formou aqui a partir dos elementos químicos que deram origem ao nosso planeta``Geração Espontânea´´ou a vida veio de fora semeada em nosso planeta em estágio de desenvolvimento (que pode ser mais ou menos complexo)``Panspermia´´

A Origem da Vida é uma das grandes questões científicas da Humanidade e tem sido abordada pelos mais ilustres pensadores há milênios.

Anaxágoras, precessor de Sócrates éra a favor da Panspermia, Aristóteles defendia a geração espontânea e foi ele o formulador da primeira teoria científica de origem da vida que conhecemos, de acordo com sua teoria existiriam dois princípios sendo um passivo que é a matéria, e outro ativo que é a forma. Dentro de certas condições esses dois princípios se combinariam originando a vida, assim se explica como carne podre gera larvas de moscas por exemplo.

A teoria da geração espontânea tem tido a preferência da ciência há mais de 2.000 anos, durante a idade média contou com inúmeros e ilustres defensores, tais como Santo Agostinho, São Tomás de Aquino, René Descartes e Isaac Newton.

Um dos primeiros opositores de destaque a teoria oficial da geração espontânea foi o médico e naturalista Florentino Francesco Redi (1626-1698). Em resposta a Aristóteles Redi demonstrou experimentalmente que só aparecem larvas de moscas na carne podre quando moscas pousam nessa carne. A teoria da Geração Espontânea tal como formulada por Aristóteles só foi refutada definitivamente no século XIX, graças ao trabalho de Louis Pasteur.

Com o reconhecimento que a vida provém sempre de outras formas de vida, Lord Kelvin um dos mais importantes cientistas do final do século XIX, retomou a teoria da Panspermia, segundo a qual a vida teria sido semeada em nosso planeta vinda do espaço.

Nas ultimas décadas cresceram  mais as duvidas que o nosso entendimento relativos a teoria da geração espontânea. Essa teoria continua sendo a mais aceita, mais pela nossa dificuldade no entendimento de certas questões básicas relativas a Panspermia.

No século passado a idéia panspermica ressurgiu com força, algumas teorias espetaculosas tal como a Panspermia Dirigida de``Francas Circo´´ e``Lesei Orle´´foram muito discutidas principalmente por seu forte apelo entre os amantes da ficção científica. Segundo esses autores, seres inteligentes pertencentes a outros sistemas solares teriam colonizado a Terra e provavelmente outros planetas, o grande argumento a favor dessa teoria estaria no fato do``molibdênio´´elemento raro no nosso planeta, ser essencial para o funcionamento de muitas enzimas chave do metabolismo dos seres vivos.

Fred Hoyle foi um dos maiores defensores da Panspermia juntamente com  Chandra Wickramasinghe  formularam a``Nova Panspermia´´teoria segundo a qual a vida se encontra espalhada por todo o universo. Esporos de vida fazem parte das nuvens interestelares e chegam aos planetas abrigados no núcleo de cometas, e esses esporos já conteriam os códigos genéticos que regeriam seus desenvolvimentos futuros.

(Uma teoria para ser científica não deveria pelo menos em princípio poder ser verificada na prática!!!)

Hoyle e Wickramasinghe, e agora apenas Wickramasinghe, têm procurado identificar os componentes presentes na poeira interestelar através de traços que esses componentes possam ter deixado na radiação infravermelha emitida por essa poeira ou na absorção da luz visível que atravessa essas nuvens.

Através dessas análises na década de 70 constataram a presença de polímeros complexos especialmente moléculas de poliformaldeídos no espaço, (Essas moléculas estão fortemente relacionadas à celulose) Hoyle e Wickramasinghe se convenceram que polímeros orgânicos representam uma fração significativa da poeira interestelar.

(E seriam os cometas os semeadores desses esporos de vida através do universo???)

A análise de meteoritos procurando a identificação de vida fossilizada tal como foi amplamente divulgada na década passada através dos estudos realizados sobre o meteorito de nome ``EETA79001´´ (de origem provavelmente de Marte) esta ainda longe de nos dar resultados conclusivos. Mas essa questão pode estar próxima de ser definitivamente respondida, a Agência Espacial Norte Americana (NASA) através do programa Stardust, pretende ainda na década atual colher e analisar amostras desses esporos. Será a constatação da existência ou não de vida nos cometas.

A primeira possível identificação de vida microscópica extraterrestre foi divulgada em julho passado. Falando em um congresso de especialistas em San Diego (EUA) Wickramasinghe apresentou resultados da análise de amostras de ar da estratosfera, colhidas por balões da Organização de Pesquisas Espaciais Indiana (ISRO).

Segundo Wickramasinghe, foram encontradas evidências muito fortes da presença de vida microscópica à altura de 41 km do solo, bem acima do limite máximo 16 km onde é admitido o alcance natural de ar e outros materiais das camadas mais baixas da atmosfera.

Esses resultados atendem a Nova Panspermia. A vida na Terra não apenas teria chegado a bordo de cometas e material galactico há bilhões de anos atrás mas continua ainda hoje chegando em grande quantidade.

 A ciência acadêmica não acredita em discos voadores mas acredita em vida extraterrestre inteligente. Segundo os cientistas não existem evidências que amparem a idéia de seres de outros planetas visitarem a Terra nem de que exista vida inteligente em algum sistema solar fora do nosso. As grandes distâncias entre as estrelas e a limitação das velocidades que os corpos podem adquirir tornam extremamente improváveis tais visitas.

Nas últimas décadas porém têm sido travadas discussões constantemente atualizadas sobre a probabilidade de existir vida extraterrestre. Por todo o mundo milhões de dólares anuais são gastos em pesquisas que buscam a detecção de sinais emitidos por civilizações extraterrestres.

O grande avanço tecnológico da nossa época pode estar nos levando a passos largos para a detecção desses sinais que uma vez captados possam confirmar a existência de vida extraterrestre inteligente, podendo vir a alterar significativamente o modo de pensar da sociedade humana atual.

Rádio Telescópio de Arecibo
          (Porto Rico)
O maior do mundo e é utilizado para captar sinais vindos do espaço.